Rosário do Sul a Rivera
Pela primeira vez em não lembro quanto tempo, consegui dormir um pouco mais de 8 horas sem interrupção. Acordei alguns minutos antes do alarme tocar, tomei café da manhã e sai em torno das 7h30. O caminho para Santana do Livramento, que é a cidade dá fronteira do lado do Brasil, está maravilhoso para bicicletas. Acostamento largo e liso. A geografia também é bastante plana.
Em torno das 9h encontrei uma lancheria onde comi um salgado e um litro de suco. Um pouco antes das 12h passei por um posto que tinha um restaurante que servia "a la minuta", que é o nome que os gaúchos dão para uma refeição individual que normalmente tem arroz, batata frita, ovo, salada, uma carne, e às vezes feijão. Mas vem tanta comida que nem pedalando o dia inteiro, geralmente não consigo dar conta de uma inteira. De qualquer forma, resolvi andar mais para tentar achar um lugar onde pudesse escolher comida do buffet.
O asfalto tava tão bom que consegui até conversar por texto com uma moça que me adicionou, nativa de Santana do Livramento, enquanto pedalava. Ela me deu dicas da cidade e me recomendou comer do lado uruguaio. Porém quando cheguei à entrada de Livramento já era mais de 13h e a fome estava bastante. Então parei no primeiro restaurante que encontrei, brasileiro mesmo.
Depois dei umas voltas em Livramento, fiz o trâmite necessário e passei a fronteira. Interessante que o que divide os países aqui é uma praça: metade dela é Brasil, metade é Uruguai. E as duas cidades, Santana do Livramento no lado brasileiro, e Rivera no uruguaio, são uma só. Você atravessa a rua e passa de tudo escrito em português para tudo escrito em espanhol. E não há nenhum controle de quem vai e vem. Você precisa sim ir na imigração fazer os papéis para viajar no Uruguai, mas ninguém te impede de entrar. É algo muito bonito de se ver.
No Uruguai, a primeira coisa que fiz foi arranjar um chip pré pago de operadora local, para o caso de precisar usar internet na estrada. Apesar que como faço o download dos mapas do Google maps para uso offline, dá pra passar sem internet sem problemas. O processo de adquirir o chip é simples e sem burocracia, bastou apresentar meu passaporte.
Escolhi o hotel mais afastado do centro que achei no mapa, já à caminho de onde vou amanhã. Não estou com muita fome e acho que hoje nem vou jantar. Não se preocupem que não vou emagrecer. Aliás me pesei esses dias e estava exatamente a mesma coisa de quando sai. Ou seja, está provado que você pode fazer atividade física 8h por dia, todo dia sem interrupção durante um mês e não perder nem um quilo se você comer como um caminhoneiro.
Hoje ganhei uma hora! Não sabia desse detalhe mas aqui é uma hora mais cedo que o horário de Brasília. Fui tão longe pedalando que até cruzei a linha de um fuso horário.
Este site é basicamente um lugar para descarregar meus pensamentos sobre os mais variados assuntos que me interessarem. No momento se trata de viagens de bicicleta sem marcha e fixa. Você pode falar comigo escrevendo para contato_autor@bus142.net